Telegram acumulou US$ 1,3 bi em criptomoedas no 1º semestre de 2024
Participações em criptomoedas, receita com vendas da Toncoin e término do acordo de exclusividade com a moeda reforçaram o caixa do Telegram.
O Telegram vem emergindo como um player importante no mercado de criptomoedas. Afinal, seus ativos em criptos chegaram a US$ 1,3 bilhão no primeiro semestre de 2024 — uma alta expressiva em relação aos US$ 400 milhões do final de 2023.
Os ganhos da empresa com participações em criptomoedas, a receita com vendas da Toncoin e o término do acordo de exclusividade com a Toncoin reforçaram significativamente as finanças da empresa. As informações foram divulgadas pelo jornal Financial Times .
Apesar do crescimento, a gigante de mensagens sediada em Dubai também passa por sérias turbulências. Afinal, seu fundador e CEO, Pavel Durov, enfrenta desafios legais na França. Durov foi detido em agosto , na França, por alegações relacionadas a atividades criminosas na plataforma Telegram. E isso acabou abalando a confiança dos investidores.
No entanto, a empresa insiste que o episódio não teve impacto material em suas operações.
Cripto do Telegram: de onde veio o US$ 1,3 bilhão?
Conforme as divulgações financeiras da empresa, os ativos em criptomoedas da plataforma triplicaram de valor durante o primeiro semestre de 2024, atingindo US$ 1,3 bilhão ao fim desse período. O crescimento tem relação, principalmente, com a venda de US$ 353 milhões em ativos digitais pelo Telegram nos primeiros seis meses deste ano.
Além disso, a empresa monetizou ainda mais a Toncoin ao garantir um acordo de exclusividade de US$ 225 milhões. Isso tornou a criptomoeda o único método para pequenas empresas comprarem anúncios em sua plataforma.
O acordo terminou no dia 1º de outubro. No entanto, ajudou a aumentar significativamente a renda do Telegram durante o período em que esteve ativo. Fontes revelaram que o Telegram capitalizou taticamente as condições favoráveis do mercado para vender uma parte de suas reservas de criptomoedas.
Portanto, a empresa foi capaz de aumentar sua receita sem comprometer a estratégia financeira de longo prazo, com foco em anúncios e assinaturas. No total, o Telegram registrou US$ 525 milhões de receita no primeiro semestre do ano. Isso representa um aumento de 190% em relação ao mesmo período de 2023.
A receita de publicidade quase dobrou, chegando a US$ 120 milhões. Além disso, as assinaturas premium contribuíram com US$ 119 milhões, bem acima dos US$ 32 milhões registrados no ano anterior.
No entanto, mesmo com esses ganhos, o Telegram continua exposto às flutuações do valor de mercado da Toncoin. O preço da moeda caiu 25% após a prisão de Durov. No entanto, recuperou-se após uma alta generalizada das criptomoedas. Esse movimento de mercado ocorreu depois da eleição de Donald Trump para presidente dos EUA.
No dia 24 de novembro, o Toncoin atingiu uma máxima de US$ 6,32. Atualmente, está sendo negociado em torno de US$ 5,70.
Turbulência jurídica e desafios operacionais
Os avanços financeiros do Telegram vêm sendo ofuscados pelos desafios legais que o seu fundador enfrenta. As autoridades francesas detiveram Pavel Durov em agosto, quando ele chegou ao aeroporto de Le Bourget.
Durov enfrenta diversas acusações pela suposta falha do Telegram em coibir atividades ilícitas em sua plataforma. Isso inclui material de abuso infantil e conteúdo terrorista.
Embora Durov tenha sido libertado sob fiança, continua proibido de deixar a França enquanto as investigações estão em andamento. Ele se mostrou chocado com sua prisão, citando a conformidade do Telegram com os requisitos regulatórios da União Europeia e a cooperação com as autoridades policiais.
Durov também reiterou sua disposição de sair de mercados que entrem em conflito com os princípios da plataforma. A empresa rapidamente garantiu aos investidores que os problemas legais de Durov não iriam afetar suas operações.
No entanto, o aplicativo de mensagens continua enfrentando forte escrutínio das autoridades a respeito de suas práticas de moderação. Por isso, para lidar com as preocupações regulatórias, o Telegram está agora expandindo sua equipe de revisão de conteúdo e atualizando suas políticas.
As divulgações financeiras do Telegram solidificaram seu status como um dos aplicativos mais baixados do mundo. Afinal, ele teve mais de 950 milhões de usuários ativos mensais em 2024.
A empresa também vem demonstrando resiliência com operações bem-sucedidas no mercado de capitais. Por exemplo, usou parte de seus ganhos com criptomoedas para recomprar US$ 124,5 milhões em títulos, cujo valor se recuperou após a queda pós-detenção de Durov.
Além disso, o Telegram espera realizar uma oferta pública inicial em 2026 — ou seja, pretende abrir seu capital. Também continua focado na diversificação de fluxos de receita por meio de anúncios, assinaturas e ativos digitais.
O que é a Toncoin (TON)
A Toncoin, também conhecida como TON, é a cripto nativa da blockchain Telegram Open Network. No entanto, após o encerramento do projeto por parte do Telegram, sua rede passou a se chamar The Open Network — portanto, mantendo a sigla original.
A rede TON surgiu como opção de blockchain de terceira geração. Por isso, seus desenvolvedores focaram em algumas qualidades específicas, como escalabilidade, flexibilidade e velocidade superior.
A criptomoeda Toncoin funciona como referência para a remuneração dos validadores da rede. Também é utilizada para o pagamento de taxas sobre transações e nos diversos aplicativos descentralizados (dApps) que a rede suporta.
A TON surgiu pelas mãos de Nikolai e Pavel Durov, que são os irmãos fundadores do Telegram. Ela permitiu ao aplicativo incorporar funcionalidades novas e expandir a base de usuários do aplicativo.
A rede conta com um mecanismo de consenso do tipo Proof of Stakes (PoS), suportando múltiplas cadeias de blocos, ou mesmo blocos de trabalho. Isso a torna altamente escalável, capaz de processar milhões de transações por segundo.
Além disso, a TON introduziu o conceito de “sharding”. Essa característica permite dividir a rede em múltiplos fragmentos. Por isso, as transações são processadas de maneira bem mais eficiente.
Telegram prefere oferta pública em vez de venda privada
Em março deste ano, o fundador do Telegram, Pavel Durov, indicou seu interesse em realizar uma oferta inicial da empresa. Na mesma declaração, ele descartou a possibilidade de uma venda privada. Na ocasião, Durov ainda disse que o Telegram poderia começar a dar lucro depois de muito tempo:
“Esperamos nos tornar lucrativos no ano que vem, se não neste ano.”
Segundo Durov, na época, o Telegram tinha 900 milhões de usuários ativos mensais. Além disso, era capaz de gerar uma receita de “centenas de milhões de dólares”.
Durov revelou ainda que a empresa teria recebido avaliações superiores a US$ 30 bilhões de potenciais investidores, incluindo grandes fundos globais de tecnologia. No entanto, ele decidiu não vender a plataforma para manter sua independência como único dono do negócio.
“A principal razão pela qual começamos a monetizar é porque queríamos permanecer independentes.”
No entanto, segundo as informações mais recentes, Durov levará adiante seu plano de uma oferta pública até 2026.
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