Congresso mais pró-criptomoedas da história dos Estados Unidos teve arrecadação recorde
Os Comitês de Ação Política (PACs) relacionados a criptomoedas despejaram mais de US$ 245 milhões nas eleições deste ano nos EUA.
Bernie Moreno, um nome que poucos associavam ao universo político dos EUA antes de 2023, emergiu como uma figura importante recentemente. E isso ocorreu após sua vitória sobre o candidato democrata Sherrod Brown para o Senado, concorrendo por Ohio.
Moreno, ex-proprietário de uma concessionária de automóveis de Cleveland, superou a falta de experiência política e uma tentativa frustrada de concorrer ao Senado em 2022. Agora, deve se tornar uma das vozes pró-cripto mais relevantes no Congresso.
No entanto, ele não obteve isso sozinho. Afinal, recebeu impressionantes US$ 40 milhões em doações de campanha do setor de criptomoedas. Ou seja, a vitória de Moreno foi parte de um esforço mais amplo para remodelar o Congresso dos EUA com legisladores favoráveis às criptomoedas.
PACs de criptomoedas investiram mais de US$ 245 milhões
Esse apoio financeiro não foi uma exceção — pelo contrário. Dados da Comissão Eleitoral Federal dos EUA revelam que Comitês de Ação Política (PACs) relacionados a criptomoedas despejaram mais de US$ 245 milhões nas eleições deste ano.
De acordo com o Public Citizen, isso representa quase metade de todas as contribuições corporativas durante as eleições dos EUA.
A chave para esse sucesso foi a Stand With Crypto Alliance, uma iniciativa da Coinbase. Esse grupo desenvolveu um sistema de classificação para direcionar o financiamento a candidatos à Câmara e ao Senado que apoiassem a inovação em blockchain.
Como resultado, quase 300 legisladores pró-cripto estão prestes a assumir o cargo. Portanto, o setor espera ter uma influência legislativa sem precedentes.
A estratégia do lobby das criptomoedas era clara: arrecadar fundos significativos, investir em publicidade e enquadrar os candidatos como aliados ou adversários do setor. Ou seja, a abordagem foi bastante diferente daquela das big techs, que historicamente canalizam milhões de dólares para lobby pós-eleitoral.
Em vez disso, a indústria de criptomoedas dos EUA se concentrou em moldar o cenário eleitoral para garantir um Congresso mais favorável. Além disso, a campanha de Moreno se beneficiou do apoio de pesos pesados do Vale do Silício, como Marc Andreessen e Ben Horowitz.
Os encontros com os cofundadores da Coinbase, Brian Armstrong e Fred Ehrsam, solidificaram ainda mais sua posição na comunidade cripto.
Coinbase liderou super PAC
A Coinbase, que é a maior exchange de ativos digitais dos EUA, destinou mais de US$ 75 milhões à Fairshake, um super PAC que apoiava exclusivamente candidatos pró-criptomoedas. Aliás, os candidatos da Fairshake, incluindo Moreno, dominaram a eleição geral. Após a vitória de Moreno, o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, declarou:
“Ser anti cripto é simplesmente uma péssima política.”
Além disso, a startup de blockchain de Moreno, Champ Titles, que digitaliza registros e titulações de veículos, também deu credibilidade à sua campanha como candidato pró-inovação.
Ou seja, não bastou para os candidatos prometerem mundos e fundos para o setor. Afinal, as campanhas bem-sucedidas foram justamente aquelas de postulantes com envolvimento legítimo com negócios no mundo cripto.
Fairshake gastou dezenas de milhões em candidatos pró-cripto
A força financeira da Fairshake foi fundamental para moldar os resultados das eleições dos EUA. Afinal, esse PAC gastou dezenas de milhões apoiando candidatos de todo o espectro político. Por exemplo, doou dinheiro para candidatos democratas ao Senado pelo Arizona e Michigan, mas também a republicanos como Jim Justice, da Virgínia Ocidental.
Na Califórnia, a campanha publicitária da Fairshake contribuiu para a derrota da deputada democrata Katie Porter nas primárias do Senado. Além disso, ao final do ciclo eleitoral, a Fairshake já havia arrecadado US$ 78 milhões para as eleições de meio de mandato de 2026.
Os líderes da indústria de criptomoedas e capitalistas de risco desempenharam um papel significativo no financiamento. Por exemplo, o cofundador da Ripple, Chris Larsen, contribuiu com US$ 12 milhões, enquanto Cameron e Tyler Winklevoss doaram um total de US$ 10,1 milhões.
Outros grandes doadores incluíram Jesse Powell, da Kraken, e o cofundador da Solana Anatoly Yakovenko. Essa onda de apoio culminou em um Senado liderado pelos republicanos e um Congresso pronto para apoiar políticas favoráveis às criptomoedas.
Por isso, Gary Gensler, o atribulado presidente da SEC, anunciou sua aposentadoria no dia da posse, sinalizando uma possível mudança regulatória.
E a promessa de campanha de Trump de nomear reguladores favoráveis às criptomoedas energizou ainda mais o setor.
Até a posse do novo presidente, a expectativa é de que novos nomes sejam lançados e possam agradar aos empresários do setor. No entanto, usuários e investidores também devem acompanhar as novidades antes de definir novas posições em criptomoedas.
Trump escolhe executivo pró-cripto para secretário do Tesouro
Donald anunciou o nome de Scott Bessent, um gestor de fundos de hedge bastante conhecido, além de defensor das criptomoedas, para servir como o próximo Secretário do Tesouro. Se confirmado pelo Senado, Bessent deve trazer uma postura pró-cripto para uma das posições econômicas mais influentes do país.
Bessent é fundador do Key Square Group e tem uma carreira financeira de sucesso, que abrange décadas. Ele teve amplo reconhecimento pelo seu papel na Soros Fund Management. Afinal, foi fundamental na execução da aposta de 1992 contra a libra esterlina que gerou um lucro de US$ 1 bilhão.
No entanto, seu foco hoje mudou para o Bitcoin, além do ecossistema mais amplo das criptomoedas, que ele vê como essencial para o futuro das finanças.
Comunidade cripto reagiu bem à indicação de Bessent
Em uma entrevista para a Fox Business, em julho, Bessent elogiou o apoio às criptomoedas por Trump, alinhando-a com o ethos do Partido Republicano:
“Cripto é sobre liberdade, e a criptoeconomia veio para ficar.”
Além disso, Bessent enfatizou seu papel em atrair participantes jovens e sub-representados para os mercados financeiros.
O apoio de Bessent aos ativos digitais se alinha com as iniciativas propostas por Trump, como a possível criação de uma reserva estratégica de Bitcoin. Portanto, sua nomeação sinaliza o comprometimento da administração em integrar criptomoedas na estrutura econômica dos EUA.
A comunidade cripto reagiu positivamente à decisão de Trump de nomear Bessent para o cargo de Secretário do Tesouro dos EUA. O CEO da Ripple, Brad Garlinghouse, postou no X:
“Scott Bessent é a escolha perfeita de Donald Trump (…) Ele será o Secretário do Tesouro mais pró-inovação e pró-cripto que já vimos.”
Portanto, se Trump realizar ao menos parte do que prometeu para o setor cripto , os republicanos devem manter uma base fiel de financiadores e apoiadores para a próxima eleição.
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