Bitcoin dispara após anúncio de Trump e resgata otimismo no mercado, mas sentimento ainda inspira cautela

O mercado de criptomoedas iniciou a semana com força renovada após declarações impactantes do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em comunicado oficial divulgado no último domingo por meio da rede social Truth Social, Trump afirmou que os Estados Unidos estão se preparando para formar uma reserva estratégica de criptomoedas dentro da Reserva Federal, contemplando Bitcoin, Ethereum, Solana, XRP, Cardano e outros grandes ativos do setor.

A notícia teve repercussão imediata e impulsionou uma alta expressiva no mercado, levando o Bitcoin de mínimas próximas a US$ 78 mil na sexta-feira para patamares acima dos US$ 95 mil em apenas dois dias, com forte sustentação acima da região dos US$ 90 mil. Entre os destaques de valorização, a ADA Cardano foi protagonista, registrando mais de 75% de alta no dia do anúncio.

Apesar da euforia gerada pelo comunicado, o mercado ainda convive com incertezas e permanece atento ao cenário macroeconômico. Além dos desdobramentos dessa proposta de reserva estratégica, Donald Trump deverá conceder novos depoimentos ao longo da semana, nos quais podem surgir mais detalhes sobre o tema, o que aumenta as expectativas por novos movimentos de volatilidade. 

Além disso, a agenda econômica reserva eventos relevantes, com destaque para a divulgação do payroll americano na sexta-feira e a participação ao vivo de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, que discursará no mesmo dia. Considerando a relação direta do Fed com a gestão das reservas dos Estados Unidos, investidores aguardam com atenção qualquer possível menção de Powell ao plano de Trump e ao impacto dessa medida sobre a política monetária e os mercados financeiros.

Do ponto de vista técnico, o Bitcoin confirmou o suporte na região dos US$ 78 mil, que já havia sido destacado em análises anteriores como alvo do topo duplo formado ao longo das últimas semanas. 

Após atingir essa faixa, o ativo reagiu com força, impulsionado pela entrada massiva de ordens compradoras dentro das corretoras e pela notícia vinda da Casa Branca. Agora, o ativo opera confortavelmente acima dos US$ 90 mil e mantém a possibilidade de formar um fundo ascendente no gráfico semanal, o que abriria caminho para retestes das máximas históricas entre US$ 100 mil e US$ 110 mil nas próximas semanas.

Ainda assim, não se pode descartar a possibilidade de correções pontuais ao longo do caminho. Movimentos de forte alta ocorridos durante finais de semana, como foi o caso recente, costumam ser seguidos de períodos de ajustes nos primeiros dias úteis, com investidores realizando lucros e rebalanceando posições. Nesse sentido, quedas pontuais para as regiões dos US$ 85 mil a US$ 87 mil podem oferecer boas oportunidades de entrada para quem ficou de fora da recente recuperação.

O sentimento do mercado também reforça o clima de atenção. Antes da recuperação, o Fear and Greed Index atingiu níveis de extremo medo, próximos a 10 pontos, um dos patamares mais baixos dos últimos meses. Esse cenário atraiu grandes instituições e investidores estratégicos que aproveitaram o momento para acumular posições. 

No entanto, mesmo após a reação positiva e o retorno do Bitcoin acima dos US$ 90 mil, o indicador permanece em zona de medo, sinalizando que boa parte do mercado ainda não se sente confiante para uma retomada de alta consistente. Historicamente, isso costuma abrir espaço para movimentos mais fortes, pois o pessimismo generalizado reduz a pressão vendedora e favorece a entrada gradual de novos compradores.

Os dados das corretoras reforçam essa leitura. Apesar das realizações parciais após a alta, não se observa uma força vendedora expressiva, e a liquidez acumulada nas faixas superiores do preço pode servir como combustível para novos avanços. Por outro lado, a consolidação prolongada e o acúmulo de liquidez abaixo dos US$ 90 mil mantêm em aberto a possibilidade de mais quedas, caso o mercado volte a ficar pressionado.

Neste cenário, diferentes estratégias podem ser aplicadas de acordo com o perfil de cada investidor. Quem já está fortemente posicionado e possui pouco capital disponível deve considerar realizar lucros parciais na região entre US$ 100 mil e US$ 105 mil, caso o Bitcoin continue avançando, com o objetivo de reduzir a exposição e garantir liquidez para eventuais oportunidades em correções futuras. 

Já aqueles que ainda não entraram no mercado devem adotar uma postura mais cautelosa, aguardando definições mais claras, seja por meio da confirmação da retomada da alta, seja buscando compras estratégicas em faixas mais baixas, como entre US$ 85 mil e US$ 80 mil, onde existe maior confluência de suporte técnico. 

Para quem está posicionado, mas mantém caixa disponível, o ideal é evitar compras agressivas no momento atual, preservando capital para possíveis correções e ampliando posições gradualmente caso o mercado confirme a retomada de alta.

A atenção ao payroll e ao discurso de Jerome Powell na sexta-feira será crucial, pois qualquer sinalização sobre inflação, juros ou mesmo sobre a proposta da reserva estratégica de criptomoedas poderá influenciar diretamente os próximos passos do mercado. Ao mesmo tempo, o fato de o sentimento seguir em zona de medo mantém as criptomoedas em um cenário oportuno para quem busca entradas estratégicas, desde que acompanhado de boa gestão de risco e leitura cuidadosa do contexto.

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