Banco Central vai “pausar” o Drex e CBDC pode não sair em 2025

O Banco Central do Brasil anunciou que vai “pausar” o projeto Drex, levantando dúvidas sobre o lançamento da moeda digital do Banco Central (CBDC) em 2025. A pausa vai ocorrer após o término da segunda fase dos testes.

O responsável pelo projeto, Fábio Araújo, afirmou na quinta-feira (27/02) que a decisão se baseia na necessidade de revisar diretrizes e fluxos de negócios.

De acordo com o portal BlockNews , Araújo explicou que o BC avançou na exploração do Drex , mas não obteve um resultado tão firme quanto o esperado. Por isso, será necessário revisar as diretrizes e relaxar algumas exigências do projeto.

“Ainda há muito trabalho a ser feito, mas o Banco Central quer oferecer serviços testáveis à população no médio prazo”, declarou Araújo.

Além disso, o BC cancelou a entrada de novas empresas na Fase 2 do piloto, pois a revisão dos projetos em andamento demanda muitos recursos técnicos e administrativos.

“Houve propostas interessantes, mas nenhuma justificava redirecionar o projeto. Precisamos otimizar o uso dos nossos recursos”, explicou Araújo.

Nova parceria com CVM e Anbima para testar casos de uso

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Anbima planejam construir um sistema paralelo para testar novas aplicações do Drex . O BC poderá colaborar para garantir interoperabilidade entre as plataformas. No entanto, ainda não está decidido se essa infraestrutura será integrada à rede do Drex ou operará de forma independente.

A falta de recursos para expandir o projeto também impacta essa decisão. Segundo Araújo, a CVM foi convidada anteriormente para levantar um nó na rede do Drex, mas não conseguiu viabilizar sua participação devido a limitações financeiras.

A privacidade dos dados segue como um dos principais desafios do Drex. O consórcio das cooperativas financeiras, que inclui Sicredi e Sicoob, apresentou novas propostas para aprimorar a segurança e planeja discutir as soluções com outras instituições.

Além disso, um projeto de pesquisa envolvendo XRP, Polkadot e a Universidade Federal do Rio de Janeiro busca desenvolver soluções de interoperabilidade entre redes blockchain e o Drex. Os primeiros resultados indicam avanços e reforçam o protagonismo do Brasil no debate internacional sobre moedas digitais.

CBDC brasileira pode demorar ainda mais

A pausa do Drex pode adiar ainda mais o lançamento da CBDC brasileira, especialmente diante das incertezas sobre sua aplicabilidade. Araújo afirmou que países emergentes veem a CBDC como uma solução viável para pagamentos internacionais, mas destacou que o sucesso do dólar digital e das stablecoins pode impactar essa decisão.

A consulta pública sobre stablecoins, encerrada hoje, gerou grande debate no setor financeiro. Empresas do mercado de ativos digitais temem que a regulação crie novas limitações. Enquanto isso, o Banco Central segue reavaliando o futuro do Drex e da CBDC brasileira.

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