Bitcoin abaixo de US$ 100 mil: quais as causas e o que esperar agora?

A maior criptomoeda do mundo caiu de US$ 102 mil para US$ 92 mil em apenas 24 horas, registrando uma desvalorização diária de 10%.

Com isso em mente, confira quais os impactos que este dump tem gerado no mercado e quais as projeções futuras para o BTC.

Traders não ficam imunes a queda do Bitcoin

A forte queda de preço do Bitcoin surtiu grandes impactos no mercado, como é possível ver no gráfico de liquidações (abaixo). Mais de US$ 150 milhões em posições de compra (long) no mercado de derivativos foram liquidados nas últimas 12 horas.

Este é o maior montante registrado desde 5 de dezembro. Naquele dia, o BTC chegou a testar o suporte de US$ 90 mil, algo que pode ocorrer novamente nas próximas horas.

Total de liquidações do Bitcoin. Fonte: CoinGlass

Os números se tornam ainda mais impressionantes quando levamos em conta a própria capitalização (market cap) da criptomoeda. Segundo o CoinGecko, o Bitcoin perdeu US$ 170 bilhões em valor de mercado em 24 horas.

Não por acaso, o otimismo em relação ao futuro do ativo tem diminuído. O Crypto Fear Greed Index, indicador que mede o sentimento geral do mercado, caiu 13 pontos em relação ao visto no início dessa semana.

Por que o Bitcoin está em queda?

Após registrar uma nova máxima histórica de preço na última terça-feira (17), tudo indicava que o Bitcoin teria um final de ano ainda mais brilhante. No entanto, como foi possível ver, a situação mudou rapidamente.

O principal causador dessa reviravolta é o Federal Reserve dos Estados Unidos. O anúncio de um novo corte de juros, abaixo do esperado, mais as declarações do presidente da instituição deram um balde de água fria no mercado.

Isso, aliado ao fato de os detentores de curto prazo (STH) terem a maior quantidade de BTC desde 2021, ajuda a explicar a queda atual. Por serem mais sensíveis às oscilações de preço, muitos STH entraram em pânico após a queda inicial provocada pelas ações do Fed, intensificando ainda mais a pressão vendedora sobre o Bitcoin.

A relação Long/Short Ratio confirma essa tese, pois mostra que mais de 51% das ordens atuais nas exchanges são de venda.

Long/Short Ratio do Bitcoin. Fonte: CoinGlass

O que esperar agora

O gráfico diário mostra que o Bitcoin caiu abaixo de um canal paralelo de alta que estava em vigor desde a segunda semana de novembro. Atualmente, os compradores lutam para manter o suporte das Bandas de Bollinger (linha verde).

Todavia, os vendedores, como observado acima, seguem no controle da tendência. O Índice de Força Relativa (RSI) confirma este cenário, visto que o indicador caiu abaixo da linha neutra de 50, atingindo seu menor nível desde 10 de outubro.

Gráfico do Bitcoin no TradingView

Se seguir em queda, o Bitcoin pode testar seus próximos suportes em US$ 90 mil e US$ 87.300. Caso os vendedores consigam quebrar estes níveis, um fundo do movimento atual pode ser projetado no início do canal, em US$ 80.550.

No entanto, vale mencionar que o ADX está caindo. O indicador, que mede a força de uma tendência, atingiu hoje o seu nível mais baixo desde 13 de novembro.

Gráfico do Bitcoin no TradingView

Este pode ser um sinal de esperança para os investidores e traders, pois indica que a força atual dos vendedores pode estar próxima de entrar em saturação.

Se isso se confirmar, o BTC pode subir para testar a linha de suporte do canal novamente, em US$ 98 mil.

Todavia, a tendência de curto prazo só voltará a ser de alta quando o ativo voltar a ser negociado dentro do canal.

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