Região Nordeste lidera adoção cripto no Brasil, revela pesquisa

Pesquisa realizada pela Consensys revela o cenário global da adoção cripto.

A Consensys, gigante da tecnologia blockchain, divulgou uma pesquisa abrangente sobre a adoção de criptomoedas e Web3 ao redor do mundo. O estudo revelou dados impressionantes sobre o Brasil, destacando a penetração significativa das criptomoedas em diferentes regiões do país. O Nordeste despontou como líder, com quase metade dos moradores declarando já ter investido em criptoativos.

Os resultados confirmam o crescente interesse dos brasileiros pelas criptomoedas e colocam o país entre os destaques globais na adoção de tecnologias emergentes. A pesquisa ouviu mais de 15 mil pessoas em 15 países, revelando uma média global de 22% de usuários que possuem ou já usaram criptomoedas.

Nordeste lidera a adoção no Brasil

No Brasil, os dados mostram que o Nordeste é a região com maior adesão às criptomoedas. Cerca de 45,3% dos entrevistados na região afirmaram ter investido em criptoativos. Esse número contrasta com a média nacional, que é de 40%. O elevado percentual destaca o forte apelo das criptomoedas em uma região caracterizada por desafios socioeconômicos e pela busca por alternativas de investimento.

O Sudeste, conhecido por ser o centro econômico do país, aparece com 40,7% de adoção, enquanto o Norte e o Sul apresentam 40,2% e 43,4% respectivamente. Já o Centro-Oeste, com 38%, registra o menor índice. Apesar das variações regionais, os dados confirmam que o Brasil é um dos líderes globais na aceitação de criptomoedas.

Motivações e perfis dos investidores brasileiros

A pesquisa também explorou as principais razões pelas quais os brasileiros investem em criptomoedas . De acordo com os resultados, 65% dos entrevistados afirmaram que buscam diversificar seus investimentos, enquanto 58% enxergam as criptos como uma alternativa para proteger seu patrimônio da inflação. Outros 48% mencionaram a independência financeira como uma motivação importante.

O levantamento ainda revelou que os brasileiros mais engajados com criptoativos são jovens entre 18 e 34 anos, representando 60% dos investidores no país. Além disso, 55% dos entrevistados se identificaram como homens e 45% como mulheres, mostrando uma distribuição relativamente equilibrada entre os gêneros.

Adoção global e posição do Brasil

No cenário global, o Brasil se destaca ao superar a média de 22% de adesão reportada pela pesquisa. Esse dado reflete o crescente interesse dos brasileiros pela Web3 e pelas soluções financeiras descentralizadas. De fato, o país aparece entre os cinco principais mercados globais em adoção de criptomoedas, ao lado de nações como Índia e Nigéria.

A Consensys destacou que a ampla aceitação das criptomoedas no Brasil está relacionada à alta digitalização do mercado financeiro local, impulsionada pelo Pix e outras tecnologias bancárias avançadas. Além disso, o contexto econômico, incluindo a instabilidade da moeda nacional e as altas taxas de juros, tem levado os brasileiros a buscar ativos alternativos.

Apesar do avanço, a pesquisa identificou que a falta de conhecimento ainda é uma barreira significativa para a adoção de criptomoedas no Brasil. Cerca de 30% dos entrevistados disseram que não investem por não entenderem como funcionam os criptoativos ou a tecnologia blockchain . Além disso, 28% mencionaram a falta de regulamentação como um fator que os impede de entrar nesse mercado.

Para superar esses desafios, especialistas apontam que iniciativas de educação financeira são essenciais. A Consensys já declarou que pretende investir em programas de capacitação para aumentar o conhecimento sobre criptomoedas e Web3, especialmente em mercados emergentes como o Brasil.

71% das pessoas no mundo querem mais controle sobre sua identidade online

A pesquisa deste ano da ConsenSys revelou novos insights sobre privacidade de dados , identidade online e inteligência artificial. Em primeiro lugar, 83% dos entrevistados destacaram que a privacidade de dados é um aspecto importante em suas vidas.

Ao mesmo tempo, 78% afirmaram desejar maior controle sobre sua identidade na internet, enquanto 71% acreditam que deveriam receber uma parcela dos lucros gerados pelas empresas com o uso de seus dados. Curiosamente, apenas 46% dos participantes disseram confiar nas plataformas de tecnologia atualmente disponíveis.

Em relação às grandes empresas de tecnologia, a pesquisa evidenciou um sentimento generalizado de desconfiança. Menos da metade dos entrevistados confia em gigantes como Meta e outras plataformas de tecnologia que utilizam seus dados e informações pessoais. Isso reflete a crescente demanda por maior transparência e controle dos usuários sobre sua presença online.

Revelando, assim, um desejo de transição para soluções mais descentralizadas, como as oferecidas pelo blockchain e pela Web3.

A blockchain pode mitigar os risco da inteligência artificial?

Outro tema destacado na pesquisa foi a preocupação com os riscos associados à inteligência artificial . Globalmente, 76% dos participantes demonstraram preocupação com a criação de conteúdo falso por IA.

Entre esses, 60% acreditam que a tecnologia blockchain pode ajudar a mitigar esses riscos, especialmente em países onde há maior familiaridade com blockchain. O Brasil, por exemplo, demonstrou altos níveis de confiança na utilização de blockchain para enfrentar os desafios associados à IA.

Finalmente, os dados revelam um crescente apelo pela descentralização como solução para questões relacionadas à inteligência artificial e à privacidade de dados. Globalmente, 28% dos entrevistados acreditam que modelos de IA poderiam ser significativamente melhorados por meio da descentralização, uma característica central do blockchain, criptomoedas e Web3 .

Essa visão destaca como essas tecnologias podem otimizar e tornar a IA mais segura e menos propensa a abusos ou manipulações.

“O papel fundamental da blockchain e da descentralização no aprimoramento da privacidade, da confiança e da transparência na forma como nossos dados são gerenciados não pode ser exagerado. Nossa última pesquisa não apenas destaca a importância crescente da privacidade de dados, com 83% dos entrevistados enfatizando sua importância, mas também lança luz sobre preocupações generalizadas sobre exploração e desinformação, uma questão premente em meio às eleições globais e à adoção generalizada da IA”, explica o cofundador da Ethereum e fundador e CEO da Consensys, Joseph Lubin.

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