• A Argentina abriu suas portas para ETFs de criptografia baseados nos EUA e outros produtos do mercado de capitais.
  • A grande medida se alinha com o esforço para combater a hiperinflação no país.

O Conselho de Administração da Comissão Nacional de Valores Mobiliários (CNV) da Argentina anunciou a aprovação do Exchange-Traded Fund (ETF) dos EUA. Isso permite que os residentes argentinos comecem a negociar ETFs relacionados a criptografia, incluindo aqueles baseados em Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH).

Argentina se posiciona para entrada de capital estrangeiro com ETFs de criptografia

O órgão regulador financeiro da Argentina anunciou a aprovação dos novos ETFs no âmbito do programa CEDEAR, regulamentado pelo RG nº 1030. Os ETFs Spot Bitcoin e Ethereum estão prontos para serem lançados sob esse programa, inicialmente proibido pela Lei nº 27440 por 6 anos.

A aprovação desses ETFs de Bitcoin e Ethereum abre as portas para o investimento em ativos digitais por meio do mercado de capitais. No entanto, não há detalhes sobre qual emissor de ETFs de Bitcoin ou Ethereum ingressará no país.

O presidente da CNV, Roberto E. Silva, comentou: “É um prazer anunciar essas primeiras aprovações, que constituem novas opções de investimento previstas nessa lei tão inovadora”. “Com essas iniciativas, estamos elevando a Argentina aos padrões dos mercados internacionais mais desenvolvidos”, acrescentou Silva.

A CNV revelou no mesmo documento que os ETFs de ouro podem entrar no mercado de capitais usando o ticker GLD. Além disso, a CNV permitiu a entrada de índices do mercado acionário chinês com o ticker FXI e o índice SP500.

Os reguladores preveem que esses instrumentos impulsionem índices de gestão passiva, commodities e ativos digitais listados no exterior e não oferecidos publicamente na Argentina.

Argentina amplia iniciativas de blockchain

A aprovação dos novos ETFs de criptografia destaca os esforços contínuos da Argentina no espaço do blockchain. De acordo com um relatório da CNF, a empresa espanhola Prosegur Cash inaugurou recentemente o primeiro bunker de armazenamento de criptomoedas da Argentina por meio de sua divisão Prosegur Crypto. O bunker oferece aos clientes corporativos um ambiente seguro para armazenar suas chaves privadas e criptomoedas off-line.

Antes desta atualização, a CNF informou que a Agência Argentina de Receita e Alfândega (ARCA) havia atualizado seu classificador econômico para incluir serviços de criptografia. A revisão abrange serviços relacionados a criptografia, como mineração, custódia de criptografia e transações peer-to-peer.

Além disso, o Banco Central da Argentina (BCRA) recentemente exibiu publicamente equipamentos de mineração de Bitcoin em uma exposição de arte. A exposição apresenta as obras de Alberto Echegaray, um artista conhecido por explorar a arte digital e criptográfica.

As obras de Echegaray, incluindo suas conhecidas “Moneyballs” (bolas de dinheiro), esferas cheias de cédulas trituradas, refletem sobre a transição de formas físicas para formas criptográficas de moeda. O trabalho de Echegaray no BCRA incentiva os visitantes a pensar sobre as futuras funções do dinheiro e as estruturas econômicas que controlam seu uso. A exposição também desafia as noções tradicionais de moeda e sua tangibilidade.

Com base em ETFs de criptomoedas e na incorporação de ações, a Argentina, por meio da visão do presidente Javier Milei, está lutando contra a hiperinflação e impulsionando a economia digital do país. A inflação, que disparou para cerca de 300% em abril de 2024, diminuiu para menos de 200% em menos de um ano.